Acredito na experimentação, no risco quase planejado, com suas margens de segurança, mas atento também à liberdade de experimentação.
Acredito em um novo tipo de funcionalidade de desenho, o que atinja os sonhos, ao mesmo tempo que atinja as paixões, mas sem esquecer a função.
O projeto da Barco do Finlandês Hannu Vartiala, passa por uma releitura, adaptação para a realidade brasileira, no que tange a materiais, dimensionamento. Aprendizagem e hibridismo entre culturas no que tange ao balizamento e distribuição das madeiras e a sua função. Até em tradições tão precisas e ancestrais a experimentação e adaptação, são sempre propostas.
Nasce o NÁIADE 108, ou a Náiade 108, nome que remete as sereias oceânicas ou de rios, que encantavam e levavam os homens as profundezas, até mesmo venerada em algumas culturas como deusas da água, e uma homenagem clara a minha companheira, Naia.
Com barco todo feito à mão, do casco, ao mastro leme, a vela não poderia ser diferente. Com um re-desenho de pensamento, re-utilizar a vela de algo. Assim, adotamos uma vela de 20 anos de parapente abandonada, que nunca nos deixou na mão. Alguns ajustes foram feitos, mas seu funcionamento é pleno!
O resultado é um projeto extremamente complexo, técnica e culturalmente enriquecedor. A interação do barco já permitiu desde passeios contemplativos, pesca, velejadas, remadas em rios, e recentemente velejamos à ventos de 20knots no oceano atlântico.
Náiade 108 é um estimulo e provocação para que o design sai da leveza digital ou do papel e atinja outros patamares que permitam humanos interagirem, exercitarem-se, locomoverem além das possibilidades do racional.
Aquém disso, atribuir o cuidado de cabe ao desígnio envolvido na missão de ser um desenhador.

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